quinta-feira, 7 de junho de 2012

035- Respiração

Bem agora, as quase 3h da madrugada você me aparece. Lindo, loiro, sorrindo. Fazer o que? Você me inspira.

- Que diabos faz aqui? - não pude deixar de reclamar - que horas são?
- Não sei, apenas vim... que diferença faz o momento? Estava com saudade! - chegou assim, me abraçando pela cintura e não resisti, envolvi meus braços em seu pescoço e beijei tua face.
- Que bom que veio... – Mas é isso, o que eu poderia dizer? Eu estava feliz por ter vindo e ainda mais feliz por ser surpresa. Claro que eu gostaria de ter arrumado discretamente o cabelo e talvez eu até escovaria os dentes, mas eu trocaria tudo isso por poder abrir os olhos e dar de cara com você, assim, de supetão. Foi como os sonhos de todas as noites.
- Só isso que eu ganho? Saí de casa de madrugada, como prova do meu amor, apenas para te ver, e eu ganho um "que bom que veio"? - eu estava tão feliz, tão feliz, tão cansada. Eu com certeza, um dia, conseguiria expressar o quanto estava feliz.
- Para de me abusar... - não sei se aquilo era um teatrinho, ou eu estava mesmo tão cansada a ponto de ser dengosa daquele jeito. Ele sorriu.
- Não... - respondeu zombando do meu dengo. Encostou os lábios na minha boca e pressionou. Sem língua, sem movimentos de mãos, pernas, braços, jogos de corpos, cabeças, olhos, narizes, orelhas... sem mais nenhum movimento, apenas a sua boca na minha e foi tudo como no céu. Apenas boca na boca, sem jogos.
Dormi.