sábado, 19 de novembro de 2011

22- Ser ou não ser? O que serei?

"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo." Foi o que disse Raul Seixas e me enganou direitinho, me convenceu com cada palavra bem escrita e estudada... algumas vezes me fez sentir inveja, eu queria ter escritos essas palavras e queria ter convencido uma Giulia da vida disso. Mas hoje vejo como isso é feio.
Eu sou uma metamorfose ambulante... não tanto, mas sou as vezes; mudo de ideia, mudo de religião, mudo de crença, mudo de amigos, mudo de gosto, de rosto, mudo o quarto, arrumo a gaveta. Antes de ontem, e algumas horas de hoje, eu queria fazer faculdade de Moda, mas e agora? Eu não sei se a quero mais... Talvez eu deva voltar com minha antiga ideia de fazer Psicologia. Ou antigamente, quando eu queria ser biomédica.
Você que pensa que moda é fútil, que são só roupas, que você está fazendo roupa para vender por milhões. Madames ricas, bonitas, ou barangas, pagando pra usar um dia o seu vestido, depois guardar e deixar lá... sabe como é, a mídia não pode te pegar usando a mesma roupa em duas ocasiões diferentes.
Então eu penso em Psicologia, eu quero cuidar de crianças que sofreram alguma coisa e que precisam de cuidados, quero ouvir os seus problemas, quero ouvir adolescentes que sofrem com essa pressão do colégio, que hoje eu que sofro... que no futuro vai ser pior. Eu quero ser a sua esperança de ajuda e realmente ajudar. Mas então eu serei obrigada a ouvir esses problemas de forma exagerada... de adolescentes mimados que têm casa, carro, computador, iphone, ipod, wi-fi; que passam o dia no computador/comendo e reclamam por serem gordos, que culpam a sociedade por gostarem de magras, modelos, gostosas (ok, depende do seu ponto de vista), meio robóticas.
Você quer ser bem vista pela sociedade? Quer ser tudo isso? Faça por onde.
Eu quero cuidar dos problemas de verdade, não de gente mimada... posso então ser psicologa de presos, ou de crianças que sofreram algum trauma, mas por favor... eu não gosto desse ambiente escolar hoje, acho que também não vou gostar no futuro, não me venham com bullyingzinho, porque só sofre bullying quem se permite, já saiu de moda ser menininha-fraquinha que precisa de um príncipe-encantado-forte-bonito para a proteger, você não tem que ser protegida, você é admirada quando você é forte, quando você carrega as coisas nas costas, quando você da o seu melhor. Eu gosto de mulheres fortes. Você também não precisa ser um príncipe-encantado-forte-bonito que está procurando uma linda-loira-de-olhos-azuis... você pode ficar com uma menina meio doida, que ri alto e é normal, não queira uma magricela metida, é feio pra você.
No final, eu descubro que quero mudar os adolescentes que não sabem pelo que viver, eu quero tentar convencer os jovens de que eles não são maneiros quando bebem, fumam e desmaiam, quando não lembram de nada... quero que eles vejam que os valores estão meio equivocados e que eles podem salvar o mundo, se tentarem... mas por algum motivo desconhecido preferem dançar: "é minha, é minha, a porra da boceta é minha".
Serei professora, então? Farei o que? Letras? Será que assim eu consigo mudar a cabeça do futuro dos nossos filhos? Será que eu conseguirei fazer os jovens parar de dizer: "tenho 16, não vou tirar o titulo agora, só com 18 e a partir dai, só votarei nulo". Gosto de jovens cheios de opiniões, que querem mostrar do que gostam, porque gostam, gosto daqueles meio antigos que acham que as coisas estão melhores, mas podemos fazer melhorar ainda mais. Então você pensa: "mas eu posso falar o que eu quiser na internet, posso falar qualquer coisa... eu posso falar mal do governo e não sou preso, o que mais eu quero?". Esse é o problema, quando você não sabe o que quer, quando não sabe pelo que viver... se seu sonho é meio complicado, é meio difícil, é meio impossível, nós damos um jeito, mas se você não sabe pelo que viver... ai você tem um problema.
Professora? Será? Mas quantos professores que não são respeitados você tem? Aqueles legais, que querem mudar o mundo, que riem, que brincam com a turma e tenta ser "amigo", mas ganham conversa, grosseria e falta de respeito? E aqueles chatos que chegam na sala, dão o assunto, nem sabem o seu nome... no que eles ajudam a formar? Não, não... não gosto desse "ar" da escola, não posso ser professora. Sabe o que mudam os jovens? Os amigos... direi agora a frase mais feia que meu pai diz, mas que algumas vezes se encaixa na vida: "Quem com porcos anda, farelos come". Acho que os amigos uns influenciam os outros, isso pode ser positivo, isso pode ser negativo. Com quem você anda?
Psicóloga, então, posso conseguir mostrar aos adolescentes novas morais e novos caminhos, posso conseguir mudar esses mimados nojentos e transforma-los em pessoas que pensam nos outros e podem até serem felizes e mudar o mundo.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

021- Pela paz...

Tem algum tempo que eu não escrevo aqui, ali, ou em qualquer outro lugar. Na verdade esse ano eu fiquei bem largada e parei com essas coisas de escrever, o que é uma merda. Foi esse ano também que as minhas notas de produção de texto abaixaram e eu descobri porque as pessoas nunca leram o meu blog. Mas não sou muito de falar diretamente de minha vida pessoal, por aqui... para isso eu tenho um diário, ou tinha.
Eu andei pensando muito sobre religião e cheguei a conclusão que somos todos nós um bando de hipócritas. Tipo se você é protestante, você olha pra um católico e diz que eles batiam nas pessoas, que fazia com que pagassem para entrar no céu e julga que essa ou aquela pessoa não vai pro céu porque ela faz isso ou aquilo... perái, mas quem julga não é Deus? Se você tá fazendo um papel que Ele faria isso quer dizer que você quer ser Deus? E QUEM QUERIA SER DEUS? Não é o Demônio?
Então você é católico, diz que isso e aquilo é arte de crente, reza mil Pai Nosso e pronto, seu lugar está garantido no céu... sai da igreja, come água no brega e fala: "eu sou da igreja, não faço essas coisas! Eu vou pro céu porque todo domingo to lá..." Isso está certo? Você acha que sendo assim vai pro céu, porque você chama Deus de "Todo Poderoso, Meu Senhor salvador das almas perdidas, Maior, Mais Forte, Mais Bonito, Mais Poderoso, Mais Grandioso"? Sinceramente você pensa nisso quando tá dançando "o créu"?
Ateu, então? Você diz que vai pela razão, que não há um ser criador, que o acaso criou tudo, ou que sempre houve... que você é humano de verdade, que não faz o bem apenas "pra ir para o céus", mas sim porque cuida de sua especie como um todo... que estuda filosofia, sociologia, mas quando você passa por um crente é preconceituoso com a fé alheia, os trata como burros, ignorantes que pararam no tempo... isso é certo? Isso é cuidar de sua especie? A humilhando e matando apenas por uma ideia diferente? É engraçado porque tem uma propaganda velha na televisão que no final passa a seguinte frase: "Ser diferente é normal"... é realmente engraçado porque isso não existe, quando há diferença nós criamos uma guerra, humanos são assim, falam mal e não se colocam no lugar do outro. Os ateus não acham bom quando um crente o julga como "impiedoso, já que não tem medo do inferno, vai fazer de tudo, não tem nada a perder..." mas também julgam os crentes...
Eu gosto dos que acreditam no seu Deus, ou Deuses, ou nos que não acreditam em nada, mas percebem como a religião é boa para a sociedade e aturam o outro pela religião, sexualidade, opinião política, ou qualquer outro ponto que descordem. Eu gosto de você que sabe olhar para o diferente e falar: ser diferente não quer dizer que é pior ou melhor, é só diferente, mas estamos juntos aqui, nesse mundo... vamos conviver em paz, porque matar é feio e não te faz bem ao religioso, não te faz bem, ateu... matar não é bom!