sábado, 18 de outubro de 2014

Quando eu entro na piscina

Risadas que nem de longe são luz.
Eu não te quero mais aí, iluminando outros peitos.
O meu ainda está aqui, lilás, louco por você.
E eu ainda busco clarões no céu e sorrio de cá para lá.

Eu me prometi um milhão de vezes que as coisas seriam diferentes,
Mas olhe de novo para mim, ainda tem alguma coisa no meu pulso
E um por do sol no topo da minha página.
Deve ser porque mesmo que seja meio de semana,
Eu ainda trabalho pensando em você.

Mas estou boiando para onde o mar me levar,
O que eu queria mesmo era nadar até seus braços mais uma vez,
Era poder te fazer sorrir, era poder me mudar para sua casa.
Eu queria poder fazer você feliz, como fiz por algum tempo.
Só que eu faço tudo errado, não é mesmo? Não sou nada direita
E você nem ao menos reclama.
Só sorri, me odeia e diz que tá tudo okay assim.

Você deve ter mais problemas que eu para sorrir só porque eu deitei no seu ombro.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Simploriamente, pagã.


A água que escorria nem ao menos tinha razão.
Uma queda, sem nascente.
Eu era, na verdade, flor plantada,
Você um buquê inteiro.
Lindo e sem raiz.


Eu procurava no céu um outro brilho,
Uma luz que fosse tão veemente quanto o seu sorriso.
E eu acordei roxa. Sem lógica.
Perdida, eu nem sabia quem tinha me batido.


O céu ainda estava aqui,
A terra ainda estava aqui,
O mar ainda estava aqui.
E você? Onde eu perdi?
Caí fraca no chão e chorei por tudo.


Pulei as fases da vida que não tinham seu ar,
Salpiquei por outros cantos em busca de um batente para me apoiar
E rezei esgotada, por compaixão.
Você não ouviu. Ninguém ouviu.
Ser invisível deve ter lá suas vantagens.
Ser infinito passou a ser solidão sem as estrelas.


Fiquei vazia, sem um começou ou um fim.
E você não viu.

domingo, 5 de outubro de 2014

Ceifadora dos sonhos

Eu sinto falta de mim.
Sinto falta de você e parece que você longe,
Eu não sei nada de mim.
Eu sou lava,
Queimo teus pés e te berro:
Vem!
Virou quadrupede e correu,
Quem mais poderia amar criatura tão mascada.
Estou ardendo no veneno dos insetos.
Eu nem ao menos me possuo.
Faca serrada na garganta errada...
Quem estou enganando?
Se falasse de mim, acabaria no lixo.
Possuidora de grandes erros,
Eu não sou mais nada.
Eu quero gritar,
Mas sussurro mentiras.
Não escovo os dentes depois de falar,
Elas deixam o sabor amargo, faço questão de não lavar.
Sua saudade é real.
Rapaz solúvel, não engula o chá.
O café está sem açúcar.
Sou alérgica aos toques falsos de sua voz,
Me desculpa pela irritação na coxa,
Mas a culpa é toda sua.
Nua. Crua. Tua. Lua.
Não sou estrela, ou mar.
Lua.
Ilustre a minha folha em branco.
Alva, crava a clava em mim e vá.
Passou, hoje te conto histórias sem fim.