- Que
diabos faz aqui? - não pude deixar de reclamar - que horas são?
- Não
sei, apenas vim... que diferença faz o momento? Estava com saudade!
- chegou assim, me abraçando pela cintura e não resisti, envolvi
meus braços em seu pescoço e beijei tua face.
- Que
bom que veio... – Mas é isso, o que eu poderia dizer? Eu estava
feliz por ter vindo e ainda mais feliz por ser surpresa. Claro que
eu gostaria de ter arrumado discretamente o cabelo e talvez eu até
escovaria os dentes, mas eu trocaria tudo isso por poder abrir os
olhos e dar de cara com você, assim, de supetão. Foi como os
sonhos de todas as noites.
- Só
isso que eu ganho? Saí de casa de madrugada, como prova do meu
amor, apenas para te ver, e eu ganho um "que bom que veio"?
- eu estava tão feliz, tão feliz, tão cansada. Eu com certeza,
um dia, conseguiria expressar o quanto estava feliz.
- Para
de me abusar... - não sei se aquilo era um teatrinho, ou eu estava
mesmo tão cansada a ponto de ser dengosa daquele jeito. Ele sorriu.
- Não...
- respondeu zombando do meu dengo. Encostou os lábios na minha boca
e pressionou. Sem língua, sem movimentos de mãos, pernas, braços,
jogos de corpos, cabeças, olhos, narizes, orelhas... sem mais
nenhum movimento, apenas a sua boca na minha e foi tudo como no céu.
Apenas boca na boca, sem jogos.