quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Simploriamente, pagã.


A água que escorria nem ao menos tinha razão.
Uma queda, sem nascente.
Eu era, na verdade, flor plantada,
Você um buquê inteiro.
Lindo e sem raiz.


Eu procurava no céu um outro brilho,
Uma luz que fosse tão veemente quanto o seu sorriso.
E eu acordei roxa. Sem lógica.
Perdida, eu nem sabia quem tinha me batido.


O céu ainda estava aqui,
A terra ainda estava aqui,
O mar ainda estava aqui.
E você? Onde eu perdi?
Caí fraca no chão e chorei por tudo.


Pulei as fases da vida que não tinham seu ar,
Salpiquei por outros cantos em busca de um batente para me apoiar
E rezei esgotada, por compaixão.
Você não ouviu. Ninguém ouviu.
Ser invisível deve ter lá suas vantagens.
Ser infinito passou a ser solidão sem as estrelas.


Fiquei vazia, sem um começou ou um fim.
E você não viu.

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