quarta-feira, 4 de março de 2015

Nenhum córrego pôde correr tão rápido,
Quanto eu corri de mim mesma.
Eu quis deixar para trás todas as águas que me doíam,
Mas eu me deixei toda.
Achei que podia viver escarça de mim e fui.
Tão desesperada, tão perdida, que esqueci de ser triste.

Eu era tão patética, que sorria, jurava ser feliz,
Só que na realidade, eu nem ao menos me fiz.
Encontrei milhares de leitos, me deleitei tão sedenta,
Que nem me pus a sentir os beijos.
E pela manhã, antes de amanhecer, eu ia,
Porque jamais dormiria em outro seio, que não o seu.

Tentava deixar o meu vazio, nas camas que abandonava,
Mas o oco ficava em meu peito. E eu achava que era feliz.
Não da para contar em quantos banhos eu perdi minhas lágrimas
E fingi nunca ter chorado.
Não consigo me lembrar quantas garrafas sequei,
Achando que de álcool se faz festa.

Então, na praia, ou nas pedras, no meio do mar.
Eu ri, ri e me veio o desespero, então eu chorei.
Eu chorei de rir, ou chorei por estar rindo.
Eu ri de verdade pela primeira vez, desde que acabou.
Abaixei a cabeça e chorei mais.
Eu não te amava porque me fazia feliz, ou me fazia rir.
Você não faz mais e ainda amo.
Eu apenas amava, apenas amo.

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