terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Eu quero é voz calma

Com o celeste borrado no céu, malas em mãos, fui.
Fui sozinha, onde não cabiam mais cobranças,
Onde gritos e explicações eram um passado sombrio. Fui.
De malas nas mãos, nem disse adeus, apenas corri caminho.
E o passado ficou lá no escuro de uma fotografia tremida.

Onde me deixei cansada, me deixei morta. Uma parte triste de mim, ficou
Em qualquer canto da sala mal iluminada, disfarçando soluços.
Era fácil estar sozinha, já estando sozinha antes. Era fácil.
Nem doía mais a ausência. Doíam os gritos.
Ouvir me culpar por inteiro, metade da responsabilidade.

Era final de fevereiro e o céu ainda era celeste.
Um sinal azul, de um dia tão vazio e triste.
Bonecas bobas, chorando na cabeça das crianças.
Era má. Mar. Quase que sangrava, a dor que fazia.
Mas é assim a vida: quase nada.
Tudo passa, e se passa, nem é mesmo importante.

Procurando sentido nas grandes razões de vida,
Nos grandes sonhos, nas grandes lutas. São mesmo importantes?
De que forma era viver e não achar respeitosa a seriedade?
Valores trocados, ou valores nenhum mesmo.
Não, não tenha deveres comigo, estou cansada das dependências;
Das conversas sérias, das DRs, das explicações.

Cansei de magoar e chorar mágoas.
- Não to afim de te ver hoje.
- Tudo bem, até amanhã.
Me explica porque é absurdo, se as vezes vai por obrigação?
Ah, de qualquer forma, esquece, já passou.


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