quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Cidades noturnas

Das estrelas azuis, nasceu um pouco de paz. Os que estavam em desespero, desabaram e de mim só ficou pó. As luzes da cidade ofuscavam sim, a imensidão do céu, Mas quase já não notavam. Eram estrelados e eternos; Bonitos e jovens; Apaixonados e infinitos. Como único grão de areia pode ser.
Eu era saudade e arrependimento, Enquanto o mar, era fervor. O cristal que rugia em meus pés, era de vidro, ou açúcar. Enquanto o mar era fervor. Eu, quem não era ninguém, nem amarga, nem doce, azedei de cansaço. Fritei no sol pesado, apenas por um abraço qualquer, apagado pelas lágrimas magoadas.
No fundo não há dor. Apenas o sorriso constrangido, de um passado quase que concluído Por um beijo fadado a viver sem ser. Um universo dentro do outro. Infinitos dentro de infinitos e uns maiores que os outros.
O balançar do carro e o aperto no peito. Saudade doendo na cabeça, em dor física. Eu sou mais. Eu sou maior. Eu sou grande demais e não caibo mais em mim. Uma imensidão de lumes, e os brilhos que me tornaram viva, Eram vestidos incolores, mas com um sorriso de diamante. Eu nunca mais vou me apaixonar por outro sorriso. Ou qualquer outro.
Veste minha blusa velha, que eu quero te ver em mim, Apertar as mãos e pensar em tudo que somos hoje. Eu estou mesmo quebrada, Sem ao menos um real no banco, Mas se eu tivesse, te chamaria para dormir na casa dos meus pais hoje, E amanhã, arrumaríamos uma para morarmos juntos. E eu não precisaria mais parar de dormir no seu ombro.
Eu não estou pronta para te deixar, agora. Talvez nunca esteja e eu espero que não. Quero te fazer e te bordar um sorriso. Costurar meu coração de pano, em seu peito de cobre e assumir que somos de dois mundos, Mas só existimos em par. Juntos. Completamente encaixados. Um quebra-cabeça difícil de montar. Difícil de deixar de lado.
E bem no meio de duas galáxias, no espaço sideral, Finalmente nascemos sem dor, sem se quer vestigio de vertigem. Apenas corpo com corpo. Alma no espírito.

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