domingo, 27 de março de 2016

cap.1- Moulin Rouge



1


Meu grande amor veio como os grandes amores surgem. Rápidos, nos cantos dos olhos, de longe em um show. Mas ficam como se algo os prendessem ali.
Eu não sabia se eu escreveria primeiro como eu era antes ou se eu conto como eu sou agora graças a ela.
Decidi então, começar com Moulin Rouge, o filme de 2001.

(Se você ainda não assistiu, pause a leitura até aqui, assista o filme e continue a ler).

"A coisa mais importante que você aprenderá é simplesmente amar
E ser amado"
Eu sou Christian e ela era Satine.

Não se decepcione, meu amigo, ao descobrir que essa história de amor, de amor não é. E eu, como Christian, não o sou. A sou.


Escritora, sozinha, vazia em busca do amor.
E ela, Satine, como só Nicole Kidman representaria tão bem. Perigosa, Obscena e má.

Seu olhos brilhavam e seu cheiro piscava cor de rosa, em uma nuvem que me atraia. Não vou vos encher de histórias que já me cansei de contar sobre o que meu coração fez quando a vi, ou os meus olhos que a seguiram e como o seu rebolado ria da hipnose com os meus olhos. Eu tenho medo de ser piegas.

Não vou contar como ela era tão boa, de começo, ou como se tornou má antes de sua morte. Eu vou vos contar como foi ser o Christian da minha Satine.


2


"Quer dizer que você me achou linda?" Foi a primeira vez que me direcionou a palavra e sem medo do ridículo, sacudi minhas pernas, abafei o grito na almofada, quase chorei de tanto rir, ri alto e gritei:
-LÉSBICA! EU SABIA, EU NUNCA ERRO UM SAPATÃO - talvez eu não seja tão poético quando o verdadeiro Christian
Peguei de volta o celular, que essa altura já tinha voado para longe dos meus dedos
"Assim você me mata de vergonha" um comentário com a amiga certa, quase que por querer mandei o recado "acho Satine linda, super pegaria"
"Então não vou nem dizer da parte que super me pegaria".
Essa foi a primeira e a única conversa que me lembro com exatidão entre nós duas.

Estive errada. Hetero. Gostaria de anexar aqui uma grande foto que lhes mostrasse como ela era tão clara e obviamente lésbica. Por favor, não me entendam mal e nem me julguem de esteriótipos, mas ela era o padrão. Cabelo curto, quase raspado, ombros largos, cinturinha, bunda... e que bunda, deusa que me perdoe, mas eu sinto falta daquela bunda. Andava de pernas abertas, parecia que puxava correntes com os braços, era jogadora de futebol. Ainda é. E ainda por cima, mais que tudo, me provocava como só uma ariana sabe fazer.

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