domingo, 27 de março de 2016

cap.2- Talvez seja nessa vida

1
As semanas e os meses não significavam nada. Eu era para ela o que depois disso já fui para outras pessoas: O abraço, o beijo, o carinho de sua carência.

Por favor, não façam mais isso comigo.
Satine "namorava" um rapaz maravilhoso sueco. Eles se conheceram e apaixonaram no intercâmbio que fizeram para o fim do mundo. Quando a conheci ela já tinha voltado e o amava como só se dá para amar um louro, alto, bonito, rico, inteligente e várias outras coisas boas e bonitas.
Ele era tudo que ela e qualquer outra garota maravilhosa já havia sonhado.
Em cima de um cavalo branco, ou malhado, ele a salvou de seus medos, a trouxe para a paz e a transformou em alguém melhor e mais feliz do que era antes da viagem.

E eu.
Que nem rapaz era, nem sou.
Não era nada.
Nem sou.

Continuo aquela garota que grita muito para chamar sua atenção, mas seus olhos não estão mais desviados para mim. Eu sou ainda aquela garota que sonha tantas noites seguidas com apenas a sua existência, do outro lado da rua, que nem conto mais em confidência para as minhas amigas.
Eu sou aquela garota que eu era, tola e frágil querendo te cuidar, como se eu soubesse cuidar de mim mesma.

2
Hoje eu sou o oposto do que eu era antes só para não sentir mais o que eu sentia antes, só para não chorar mais o que eu chorava antes, mas mesmo assim eu choro. As vezes,


3
O sueco, que deve ser o conde em Moulin Rouge, a amava e pensavam em filhos com nomes que fossem tanto suecos como brasileiros, planejavam futuros, se organizavam para se reencontrar, mas a regra era: isso não é um namoro. Mas era.
Eu a tinha, todos os dias, todas as horas, eu estava lá e me fiz de tão próxima, namorada. Mas sem beijar e sem ser amada.
E a única regra era: não é um namoro. Mas era.
E Ela me amava, e tenho isso como certeza em minha vida.

Me amava com o amor que eu via em teus olhos, me amava com todo o amor que cabia em seu corpo.
Eu tinha como toda a certeza do mundo que um dia ia acontecer. A gente.
Me lembro que até adotei uma música ruim e a ouvia pensando em como é duro amar:

"Talvez não seja nessa vida ainda, mas você ainda vai ser a minha vida"

Eu fechava os meus olhos e todos os dias exatamente 00:00 eu repetia o meu mantra "por favor, faça que ela me ame, faça que ela me ame"

4
Eu não acredito em deus, mas se ele existir, ele gosta de sapatão sim.

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