sábado, 26 de janeiro de 2013

Na hora era entre estancar a dor ou a alma


Sentia-se fraca demais. Patética, jogada no chão e chorando daquele jeito.
Tirou a mão que estava na altura do diafragma e viu seu sangue escorrer pelos dedos.
 "Levei um tiro", pensou de repente "mas por quê?" Não doía, na verdade era uma quentura gostosa que a invadia o corpo. "Caralho, que sede".
 - Á-água - gaguejou.
 Estranhos a sua volta ficavam gritando coisas sem sentido algum. Ela podia vê-los balbuciando e ouvir os sons de suas bocas, mas não conseguia compreende-los.
 - Á-água - tentou novamente. Sem sucesso.
 "Água! Por que meu corpo não me acompanha? É simples dizer 'eu quero água'". Impressão minha minha ou as pessoas estão em uma coloração diferente? Calma! Não fechem olhos..."
 - Ei, ei, fique acordada...
 As vozes estavam mais baixas. "Eu to com sono, não estou morren... CALMA! NÃO POSSO DORMIR!" Tentava lutar contra as pálpebras pesadas. "Esses filhos da puta não podem me dar um copo d'água?"
 Viu de longe uma sirene se aproximando e seu barulho a feria os tímpanos.
 - Aguente só mais um

Um comentário:

Deixe sua mensagem após o BIP: "BIIIIIIIIIIIIIP"