sexta-feira, 1 de julho de 2011

011- O Pulso - Titãs


Que cheiro de necrotério e isso não me surpreende, ha mortos por todos os lados. Pessoas sem sentido, sem razão, sem o Brilho. Eu sou mais um morto? E se tudo que há em mim por um acaso da vida não existir mais... Serei eu morto, então? Mas se a minha amiga Ceifadora não aparecer serei mais um vivo-morto (nesse caso a ordem dos fatores altera o resultado) com fome de corações humanos e sem nenhum desejo real?
Esse brilho me foi roubado e substituído por um falso amor, falsas verdades, falsos ensinamentos, o que fazer agora? Comer corações procurando aquele brilho de volta, sem a certeza de uma existência? Talvez não esteja tão morta assim, talvez corpos dilacerados ainda me toquem; talvez vermes comendo os restos mortais de um ex ser vivo ainda me enojem; talvez ainda não haja prazer em ver o sofrimento de um homem, apenas por ser doce a força de superioridade. Sinto a morte me pegando e a vontade de me deixar ir; apenas um tédio crescente, me pressionando para fazer o novo, fazer mais uma vez. Como uma droga, que todas as outras vezes não são tão boas quanto a primeira. A primeira morte, o começo do fim... ou no final, o fim do começo?
Mas o que fazer? Implorar pelo meu brilho de volta não vai fazer com que um já morto crie compaixão e devolva-me. O que fazer, então? Será que o brilho alheio vai me salvar? Será que o meu brilho o salvou? Por um momento espero que sim, que se tenha salvado, talvez valha apena.
Eu não sabia que morrer por um amor estava tão perto... tão próximo, ou que eu algum dia faria isso. Talvez eu esteja morta e agora não me importe mais, não haja mais amor, não haja mais o bom, a felicidade, a alegria, o sorriso, aquela música, ou a boa lembrança de um vento que nos fez rir. Talvez agora seremos apenas nós mortos, matando, matando, matando, matando... não falando: CÉREBRO, FOME DE CÉREBRO. Já que cérebro não é tão gostoso quanto um coração feliz, apaixonado. Lutar contra essa vontade? Contra esse gosto? Contra seu ser? Talvez não, talvez seja mais fácil, melhor e talvez seja o certo deixar com que tudo seja feito com o cérebro, afinal... nada de emoção, nada de sentir, talvez esse tenha sido o seu motivo, a sua briga.
Eu te amo demais e isso está fazendo crescer um nó na minha garganta que não consigo engolir, que não consigo deixar ir. Não consigo te deixar ir; nada que me lembre a você eu consigo deixar; Egoismo? Apenas sei que se te deixar ir, não voltará, não será mais meu, não terei mais o que fazer, apenas esquecer e continuar morta.
"O sol vê tudo, mas não conhece o amor de uma garota que tem o dom de deslocar assim, a lua de Netuno no ar. E quando a noite vem e trás consigo a dor, o sol se apaga e só um sonho a faz lembrar que a noite sempre vai ter fim [...] mas se é assim ele está condenado a vagar por lugares sem luar [...] a pior coisa que Platão já inventou foi o amor que só trás solidão."
Sou agora um corpo morto, sem vida, sem o Brilho, ou seja, sem você; minha doce inspiração.

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