sexta-feira, 15 de julho de 2011

017- Vento no litoral - Legião Urbana


I- Hipoteticamente falando: Você vive a sua vida. Vive como a sociedade, a igreja, ou seja lá quem, te mostrou como viver, então você descobre que não há um paraíso, que não há um futuro melhor, que a sua eternidade é o que você vive aqui. Sua eternidade teria valido apena?
II- Espero que não seja apenas eu, mas quando eu olho para aquelas garotas maquiadas, perfumadas, sempre rindo, no colégio vejo no fundo um... vazio? Todos aqueles garotos sempre por perto, como se não tivessem tão interessados, como se tivessem tão interessados; querendo mostrar que também são bons, que também são cheirosos, eu os acho tão... desagradáveis? Com seus nomes, seguidos de sobrenomes, para que parecessem alguém... não mais "Joãozinho" ou "Theu", agora "João Guilherme" ou "Matheus Camargo", como se valessem alguma coisa, como se fossem alguém. Apenas crianças fazendo a dança do acasalamento.
III- Cansei dos rascunhos que tiram o sentimento e falsificam a dor. Cansei de ler poemas que dizem o que eu sinto e não ter certeza que o autor também sentiu. Cansei de chorar ouvindo uma música e ter medo do compositor tê-la feito por ganância. Cansei de sentir a sua falta.
IV- "Tudo que eu queria te dizer era tudo que eu não posso mais te dizer, ou tudo que eu queria ouvir mais vezes, muito tempo antes de chegarmos a esse ponto de partida, minha partida, tão adiada partida". É quando você encontra suas futuras palavras ditas no passado. "Era óbvio que a gente não iria ficar junto para sempre, mas precisava dizer?" - "Mesmo num amor de linhas tortas como o nosso, o fim parece um erro, como um ponto final no meio da frase." - "Então, lá vamos nós, mais uma vez, seja o que for. Mas que pelo menos seja, dessa vez." - "O imprevisto acontece e alguém te encontra. E te reecontra. Te reinventa. Te reencanta. Te recomeça."

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